Algoritmo é um conjunto de instruções muito precisas para a execução de certas
tarefas. Uma receita culinária é bom exemplo desse tipo de operação. E,
acreditem, ela foi inventada por Al Khwarizami, um árabe do século 9, considerado
um dos criadores da Álgebra.
Até o século 19, os algoritmos eram usados para coisas tão inofensivas quanto assar bolos. Com sua integração à produção capitalista, a coisa mudou. Como vivemos sob a ditadura da circulação das mercadorias, os algoritmos começaram a mandar em nossa vida cotidiana. Primeiro, ao estabelecer rotinas que domesticavam nosso dia-a-dia. Da linha de montagem ao deslocamento pelas grandes cidades. Mas quando foram parar dentro dos computadores e tornaram-se softwares, a receita desandou de vez.
Foi aí que começaram a ter pesada influência em nossas vidas, incluindo formas de pensar, gostos, raciocínios. O Google, por exemplo, pesquisa aquilo que buscamos, mas também sugere respostas que não solicitamos. Nossas compras registradas nas redes bancárias avisam os fornecedores sobre nossas preferências. Logo, passamos a receber ofertas e propagandas que seriam correspondentes a nossos gostos pessoais. Mas, na verdade, induzem a mantermos os mesmos hábitos, preferências, convicções. Logo, reforçam nossos preconceitos e condicionamentos sociais.
Um artigo esclarecedor e assustador sobre o tema é “Abracadabra: os algoritmos estão dominando o mundo”, de Paulo Nogueira, publicado no site Rede Brasil Atual, em 21/07/2013. A leitura é mais do que recomendável por várias razões. Mas uma delas nos afeta diretamente. Trata-se da chegada dos algoritmos à imprensa. Vejam o que diz Nogueira:
Até o século 19, os algoritmos eram usados para coisas tão inofensivas quanto assar bolos. Com sua integração à produção capitalista, a coisa mudou. Como vivemos sob a ditadura da circulação das mercadorias, os algoritmos começaram a mandar em nossa vida cotidiana. Primeiro, ao estabelecer rotinas que domesticavam nosso dia-a-dia. Da linha de montagem ao deslocamento pelas grandes cidades. Mas quando foram parar dentro dos computadores e tornaram-se softwares, a receita desandou de vez.
Foi aí que começaram a ter pesada influência em nossas vidas, incluindo formas de pensar, gostos, raciocínios. O Google, por exemplo, pesquisa aquilo que buscamos, mas também sugere respostas que não solicitamos. Nossas compras registradas nas redes bancárias avisam os fornecedores sobre nossas preferências. Logo, passamos a receber ofertas e propagandas que seriam correspondentes a nossos gostos pessoais. Mas, na verdade, induzem a mantermos os mesmos hábitos, preferências, convicções. Logo, reforçam nossos preconceitos e condicionamentos sociais.
Um artigo esclarecedor e assustador sobre o tema é “Abracadabra: os algoritmos estão dominando o mundo”, de Paulo Nogueira, publicado no site Rede Brasil Atual, em 21/07/2013. A leitura é mais do que recomendável por várias razões. Mas uma delas nos afeta diretamente. Trata-se da chegada dos algoritmos à imprensa. Vejam o que diz Nogueira:
“... a Narrative Science é uma empresa que, sem um único jornalista ou repórter, produz noticiários montados a partir de dados recolhidos na internet pelos algoritmos. Na revista Forbes, por exemplo, muitas matérias já são assinadas ‘by Narrative Science’. Kristian Hammond, o criador do treco, prevê: ‘Dentro de 15 anos, 90% dos textos da imprensa serão escritos por computadores’”.
Na verdade, o problema não está apenas nos algoritmos. Está na geração da informação.
O processo todo se tornou bastante previsível. As possibilidades da combinação
entre criação semântica e gramatical são infinitas. Mas para os níveis de
automação e massificação da imprensa atual, um programa de computador mais do
que basta. Pudera! A vida humana automatizou-se, padronizou-se, massificou-se.
Com a imprensa, não seria diferente.
É nesse momento que entram as manifestações de junho, os black-blocs, as marchas das vadias, as ocupações de terra, os “rolezinhos”, as greves e mobilizações populares em geral. São eventos que estão fora da ordem padronizada e automatizada da sociedade dominada pelo mercado. Eles podem fugir aos algoritmos e negar a ordem que os produz.
O mesmo pode acontecer com os textos e outras produções que descrevem, apoiam e são produto da participação de seus autores nesses eventos. Eles também podem garantir a sobrevivência da comunicação humana como criação, não como metabolismo cibernético. É a comunicação contra-hegemônica contra a ditadura dos algoritmos!
É nesse momento que entram as manifestações de junho, os black-blocs, as marchas das vadias, as ocupações de terra, os “rolezinhos”, as greves e mobilizações populares em geral. São eventos que estão fora da ordem padronizada e automatizada da sociedade dominada pelo mercado. Eles podem fugir aos algoritmos e negar a ordem que os produz.
O mesmo pode acontecer com os textos e outras produções que descrevem, apoiam e são produto da participação de seus autores nesses eventos. Eles também podem garantir a sobrevivência da comunicação humana como criação, não como metabolismo cibernético. É a comunicação contra-hegemônica contra a ditadura dos algoritmos!
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