23 de nov. de 2009

Governantes heróis? É o fim do mundo, mesmo!

Em 2012, de Roland Emerich, governantes dos países ricos são os mocinhos do filme. Mais fácil acreditar em teorias apocalípticas.

O absurdo de 2012 não é a teoria de que um alinhamento de planetas causaria catástrofes capazes de destruir a Terra. Nem acreditar que o mundo acaba em 2012 por causa de uma profecia maia. As situações de falso suspense também não são tão difíceis de aceitar, pois as conhecemos de outros filmes. Heróis e heroínas sempre escapam das piores enrascadas no último momento.

Absurdo mesmo é ver governantes dos países mais ricos do mundo demonstrando compaixão por seus governados. Depois de gastar bilhões em enormes navios para salvar a si mesmos, seus familiares e auxiliares, presidentes e primeiros-ministros resolvem deixar que o povo entre em suas confortáveis arcas. O pior é que o presidente dos Estados Unidos nem mesmo sobe a bordo. Fica para trás para morrer com seus concidadãos.

O personagem de Oliver Platt é o único que faz algum sentido. Ele é Carl Anheuser, assessor frio e calculista da Casa Branca, que não cansa de dizer que somente alguns podem se salvar para “continuar a espécie”.

É esta a mentalidade reinante hoje e não deverá ser muito diferente daqui a dois anos. É este modo de pensar que prevalece cada vez mais no capitalismo e que ganhou novo impulso com o neoliberalismo dos últimos 30 anos. É esta a lógica que elegeu a grande maioria dos atuais governantes. Principalmente, nos países que mandam no mundo.

Finalmente, é esta a concepção que vem alimentando a corrida da humanidade rumo ao desastre ambiental e social. E se os povos do mundo não impedirem, não será preciso nenhum alinhamento de planetas para que a maior parte da humanidade seja condenada a miséria, fome e doenças.

Acreditar em teorias fantasiosas, tudo bem. Mas, crer em governantes de alma caridosa? Haja imaginação.

Sérgio Domingues – novembro de 2009

4 comentários:

Jessica Santos disse...

Oi. Vi 2012 e concordo plenamente. Você só não mencionou um detalhe: aquelas pessoas "salvas" pelos seus governos na última hora eram os bilhionários que compraram uma vaguinha. O povo mesmo, coitado, mal soube o que estava acontecendo.

Unknown disse...

Sim, Jessica, tem toda razão.
Abraço

Anônimo disse...

Gostaria que o companheiro comentasse no blog sobre estes vídeos:
http://www.youtube.com/watch?v=jVcNbL6Uqek

http://www.youtube.com/watch?v=YwpGqsG13H0&feature=related

as outras partes estão no mesmo link no youtube

Unknown disse...

Caro companheiro (ou companheira) anônimo, obrigado pelas indicações. Não há dúvida de que os terrores cometidos em nome do comunismo são enormes. Mas, para não me alongar, vou deixar dois links de textos meus aqui que falam muito sobre o que penso do assunto. Um sobre o filme "Adeus, Lênin" (http://www.revolutas.net/index.php?INTEGRA=1394) e outro sobre a odiosa figura de Stálin (http://www.revolutas.net/index.php?INTEGRA=1277). Abraço!